Saio de cena e deixo os lobos se matarem, quando voltar serei líder da matilha, Ao fazer as malas apesar de ter o dom da desorganização consegui fazer apenas uma pequena mochila apenas dois vestidos, um chinelinho, não levo nada que estimule a vaidade, nem a luxuria, mas levo o coração pesado que ainda insiste em bater, mesmo que as vezes ele pare, sinto um desespero que não sei explicar, talvez seja isso que as pessoas sintam quando estão indo pra cadeira elétrica, fui condenada por ser autentica, rotulada por não ser hipócrita, eu sofro porque amei, porque amo... mas imagino que as pessoas que nunca sentiram amor e nunca de permitiram ser amadas devem ter uma vida medriocre, vivem de sombras de pequenas promessas de instantes talvez... eu sofro porque tudo que vivo, vivo ao extremo, não sou a dona da verdade, mas ter visto meu sangue escorrer pelo pulso vi que ainda havia vida em mim e que mesmo cansada de lutar, cansada de buscar algo que me completasse, eu respirei fundo e vi o mundo se apagar aos poucos .... Acordei com o desespero de um estranho insistindo pra ficar... fiquei mas tenho vivido desde então como se não estivesse aqui, algumas pessoas se importam, outras me julgam e uns apenas observam esperando que eu caia novamente só pra jogar terra em cima... Eu sei que ao partir pela manhã algo em mim vai mudar.... pedi apenas alguns abraços e carinho só pra amenizar o sentimento de abandono da despedida, não sei onde vou nem quanto tempo vou ficar... mas queria ficar pelo menos mais uma noite em algum abraço bandido, não diferente daqueles que frequento, queria o calor de uma cama, mesmo que pagasse por isso... queria um beijo de saudade, de boa sorte... mas prevejo apenas um aperto de mão... como aqueles que estranhos se dão... A insegurança de um caminho desconhecido não ajuda, mas partir com a sensação de não deixar nada aqui é pior ainda.... Será que algo de bom vai acontecer ? O que me espera além desses muros... Queria partir e sentir saudades pra poder voltar e ter a certeza de que alguém sentiu a minha falta...
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